7º CONGRESSO NACIONAL DE PEDIATRIA
Centro Cultural de Belém
23 a 25 Setembro 2004

BOAS VINDAS

É com imensa honra que desejo as boas vindas a todos os participantes no
7º Congresso Nacional de Pediatria.

Procurei que este Congresso Nacional não fosse uma compilação de temas das várias secções da S.P.P., mas antes uma visão abranjente da Pediatria, sem esquecer as suas especificidades.

Concomitantemente à expansão dos progressos científicos nas diversas áreas, trouxe para a ribalta da discussão alguns temas sociais, educacionais, de relação, na tentativa de enquadrar a criança numa autêntica Pediatria do futuro.

A individualidade não se esgota nela, antes se enriquece na construção do todo.

A chamada civilização avança, a globalização acontece, o individualismo e egoísmo é palavra chave e a criança no seu todo vai sendo esquecida.

Muito há a fazer para que possamos ver no rosto de todas as crianças um sorriso de felicidade e de bem estar.

Ser saudável não é sómente desfrutar de saúde fisica, enquadrar-se em taxas sanitárias aceitáveis. É muito mais que isso, é valorizar a criança, torná-la o centro das discussões, elevá-la ao patamar do amor sem interesses.

Num País onde, cada vez é maior o espaço entre o poder e o ter, o consentir e o estar, muito temos que fazer para nivelar e enquadrar todas as crianças numa plataforma comum.

Todos nós pediatras, além de médicos que cuidam e tratam, temos de 
nos assumir como zeladores e defensores das crianças. 

Não podem existir alguns «Bernardos» do berço de oiro encontrado, do desenvolvimento devidamente acompanhado, da escola despertadora de sonhos, do acompanhamento orientado, e muitos «Zés» nascidos algures ao acaso, desenvolvendo-se quase por sua própria conta e risco, frequentadores de escola da obrigação, sujeitos aos trambolhões e solicitações perversas da vida.

Compete-nos e é responsabilidade nossa, de Pediatras, alertar, convencer, lutar, denunciar, exigir, para que todas as nossas crianças sejam tidas 
como vector principal nas decisões que a elas dizem respeito.

É hora de sairmos do imobilismo cómodo, do contentarmo-nos com o estarmos melhor do que antes, com o muito que já foi feito e passarmos a reinvindicar os melhores cuidados, no sentido global do termo, para as nossas crianças e adolescentes, da melhor educação de todos aqueles que com eles colaboram, alargarmos os nossos horizontes para os problemas complexos que existem e que progressivamente nos limitam e sufocam.

Temos de englobar nesta autêntica cruzada em prol da criança, além de nós pediatras , todos aqueles que, no papel e por vezes na realidade, são responsáveis pela sua saúde e bem-estar.

Que objectivo mais nobre e importante para um País que ter crianças desenvolvendo-se em harmonia, usufruindo da vida do quotidiano, procurando o seu futuro, que será o futuro do País.

Que os «Zés» vão diminuindo, os «Bernardos» se possível aumentando, ou, se todos «Bernardos» fôr impossível, lutemos para que todos eles sejam «Salvadores».

Que a diversidade de temas, da interacção de todos com trocas de opinião e experiências, com um maior conhecimento das realidades, sejam ferramentas que nos habilitem a melhor cumprir as funções de
médicos, educadores e advogados da criança e do adolescente.

Mais um vez lhe desejo as boas vindas ao 7º Congresso Nacional de Pediatria.



Libério Bonifácio Ribeiro
Presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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